Notícias / Eventos

O semanário Sete Dias publicou, na edição especial de Aniversário de Sete Lagoas (27 de novembro), uma entrevista com o presidente da Coopersete, Marcelo Candiotto, que transcrevemos a seguir.

O engenheiro civil e produtor rural Marcelo Candiotto Moreira de Carvalho nasceu na capital mineira. É funcionário publico aposentado da Prefeitura de Belo Horizonte, onde ocupou os cargos de Administrador Regional Oeste e de Diretor de Parcelamento dos Solos. Sua propriedade rural fica no município de Funilândia (MG), onde produz diariamente cerca de 3 mil litros de leite e faz trabalho de melhoramento genético de animais.

Em 2007, Candiotto foi eleito diretor financeiro da Cooperativa Regional de Produtores Rurais de Sete Lagoas Ltda. –Coopersete. Em 2011, assumiu a presidência da entidade. Em 2013, foi reeleito para um terceiro mandato. É membro efetivo do Conselho da Cooperativa Central de Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR) e do Sistema de Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais.(Siscoop Ocemg).

 

SETE DIAS – Como foi o ano que está terminando para o agronegócio no Brasil e, consequentemente, para a região de Sete Lagoas?

Marcelo Candiotto – Enquanto as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) da indústria e do setor de serviços pioraram, a previsão de crescimento do agronegócio no país para 2015 é de 2,4%. E nossa região acompanha a tendência nacional. No caso do leite, mesmo com o aumento de custo de produção, puxado pelo aumento dos insumos, os produtores continuaram acreditando no seu negócio, fazendo sua parte e produzindo. A população não deixa de comprar alimentos. Estão abrindo mão apenas de produtos mais elaborados.

 

SETE DIAS – O que o senhor prevê para o agronegócio no Brasil e em nossa região para 2016?

Candiotto – Existe expectativa de que vamos vencer a crise. Vai haver aumento de produção e de vendas. Projeções mostram que o PIB da agropecuária deve avançar 2% em 2016. A alta do dólar deve colaborar para esse resultado positivo. A expectativa é que a divisa mais forte entre o real estimule ainda mais as exportações e impulsione a renda do campo.

 

SETE DIAS – O agronegócio é um dos setores que menos reclamam da crise em nossa região. É o resultado da sintonia entre as diretorias da Coopersete, Sindicato Rural e Sicoob Credisete?

Candiotto – A harmonia que existe entre a Coopersete, Sindicato Rural e Sicoob Credisete chama a atenção de lideranças de outras regiões. Só temos benefícios organizando ações em conjunto, dividindo os custos etc. Nosso público, nossos associados, são os mesmos. Assim fica mais fácil apoiar os produtores nos momentos de crise, através de assistência técnica, cursos de capacitação, programas de gerenciamento e promoção de eventos tradicionais. E todos os envolvidos – população da região, entidades e produtores – saem ganhando, inclusive financeiramente.

 

SETE DIAS – Que ações os governos municipal, estadual e federal poderiam desenvolver para ajudar o setor?

Candiotto – São inúmeras. Mais crédito para que o produtor possa investir na sua atividade, programas de assistência técnica, manutenção das estradas rurais para escoamento da produção, segurança no campo. A violência também já chegou no meio rural e roubos de animais e equipamentos são constantes.

Um exemplo é o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Através de Lei Federal, escolas públicas têm que comprar alimentos de produtores familiares, usando parte da verba para a merenda escolar. Aqui, a Emater, que é uma empresa estadual, a Associação Sete-Lagoana de Agricultores Familiares (Asefa) e a Coopersete se organizaram para possibilitar que pequenos produtores passassem a fornecer leite para as escolas. A iniciativa teve total apoio do prefeito de Sete Lagoas, Marcio Reinaldo. E está sendo seguida por outros municípios da região. Todos os envolvidos estão ganhando e o dinheiro fica na região.

Por sua vez, a Coopersete tem praticado margens diferenciadas de insumos e outros produtos no seu armazém. É uma forma de ajudar na redução de custo dentro das propriedades. Também tem ampliado programas de assistência técnica para que os associados possam ter maior eficiência e receber preço melhor pela matéria-prima leite que fornece para as indústrias, que pagam mais pela qualidade.