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Por enquanto as ações envolvem apenas um pequeno grupo de 12 produtores, mas os resultados alcançados pelo PMQL – Programa de Melhoria da Qualidade do Leite, adotado desde o final de 2013 na região de Sete Lagoas-MG, tem chamado a atenção de produtores e técnicos pelo formato e metas propostas.

A empresa autora do projeto, a Coopersete-Cooperativa Regional dos Produtores Rurais de Sete Lagoas, teve tal trabalho destacado como ‘Iniciativa do Ano’ em evento promovido recentemente pela CCPR/Itambé Alimentos. A proposta está apoiada em seis diretrizes: higiene e conforto dos animais, rotina adequada de ordenha, tratamento de vacas secas, bom funcionamento dos equipamentos, tratamento dos casos de mastite clínica e descarte de animais.

A Coopersete responde hoje pela captação de 110 mil litros de leite/dia. Segundo o presidente Marcelo Candiotto, a iniciativa teve como inspiração o projeto Unileite, da UFMG-Universidade Federal de Minas Gerais. “Quisemos dar prosseguimento às ações aplicadas, já que os relatórios sobre o grupo inicial apontavam melhorias em todos os indicadores de qualidade analisados”, diz.

Com a assessoria do professor Lívio Molina, da UFMG, definiu-se, então, um programa-piloto voltado para a estrutura da Coopersete, tendo como base de sustentação a própria cooperativa, a CCPR e produtores interessados. Sobre o atual perfil do projeto, Tatiana Ude Neiva-técnica de captação da CCPR/Itambé, cita que, de janeiro a junho deste ano, os produtores tiveram, em média, redução de 28% e 24%, respectivamente, nos resultados de contagem bacteriana total (CBT) e contagem de células somáticas (CBS) em relação ao mesmo período em 2014. Um bom exemplo de produtor é Cláudio Notini, que quando ingressou no PMLQ, apresentava CCS de 596 mil/ml e CBT 23 mil ufc/ml. Sete meses após já havia reduzido a média de CCS para 315 mil/ml e de CBT para 5.600 ufc/ml.

PROGRAMA DEVE SER AMPLIADO - Diante de tais resultados, Candiotto acalenta agora a intenção de ampliar o alcance do programa dentro da Coopersete, formando mais dois grupos. Ele já conta com o apoio de algumas cooperativas associadas à CCPR, que se mostram dispostas a implantar o programa junto aos seus produtores.

Na prática, o PMQL é uma ação objetiva e paralela à Instrução Normativa 62. “Com a diferença de que as normas do Mapa continuam no papel, sem muito efeito sobre quem precisa e deve cumpri-las”, diz João Paulo Morais, coordenador de captação de leite da CCPR.

O treinamento de mão de obra tem merecido especial atenção do programa Sete Lagoas. O técnico responsável, na sua visita mensal, não só confere a qualidade do leite produzido, através da avaliação de procedimentos, como também se dispõe a atuar junto dos ordenadores, orientando para as chamadas boas práticas. Segundo Tatiana Neiva, a onda é uma só: mais qualidade, mais produtividade, mais lucratividade. “Está provado que a orientação aplicada dá certo, tem retorno”, cita, sugerindo que o dinheiro gasto com o técnico não deve ser visto como despesa, mas, sim, como investimento a ser ressarcido em curto prazo.

O PMQL tem um ano de duração, podendo ser renovado pelo mesmo período, desde que o produtor tenha atingido as metas de produzir leite com CCS abaixo de 250 mil/ml e CBT abaixo de 20 mil ufc/ml.

PRODUÇÃO DE QUALIDADE EM ALTA – Em constante expansão no leite, a Fazenda Barrinha é um dos bons exemplos do grupo de participantes do PMQL. A propriedade está localizada em Inhaúma-MG e tem hoje 210 vacas em lactação, de um total de 260, que produzem 4.100 litros/dia, média de 19,5 kg. No ano que vem quer chegar aos 6.000 litros. Ele cita a melhoria dos índices a partir da utilização da água de poço artesiano, que substituiu a água de mina. Assim, passou a ter maior estabilidade na CCS, hoje na faixa de 284 mil/ml, enquanto, há um ano, estava com 372 mil/ml, redução de 23,4%.

A meta dos 6 mil litros/dia paro o ano que vem representa para ele uma novidade: a instalação de um pivô central, reservado para uma área de 18,7 ha para milho. “Quero garantir comida para todo o rebanho!” e, consequentemente, muito leite.

 

Texto por: Nelson Rentero.

Fonte: Revista Balde Branco

Adaptado.